Apostrofe à carne
Quando eu pego nas carnes do meu rosto. Pressinto o fim da orgânica batalha: — Olhos que o húmus necrófago estraçalha, Diafragmas, decompondo-se, ao sol posto...
E o Homem — negro e heteróclito composto, Onde a alva flama psíquica trabalha, Desagrega-se e deixa na mortalha O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!
Carne, feixe de mônadas bastardas, Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas, A dardejar relampejantes brilhos,
Dói-me ver, muito embora a alma te acenda, Em tua podridão a herança horrenda, Que eu tenho de deixar para os meus filhos!
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