sexta-feira, 13 de março de 2009

DEVANEIOS (redundâncias sobre um mesmo tema)

Os carros silvam pelas minhas janelas. Janelas do corpo. Janelas da alma.

Depois de algum tempo preso, ao andar na rua sinto um estranho misto de emoção e angústia. Taquicardia. Dores no peito. Sudorese. Pura ansiedade, reconheço. Sei que organicamente falando, estou em perfeitas condições... Mas minha mente está perturbada... Momentaneamente perturbada a ponto de perturbar meu corpo. Ao caminhar pelas ruas, pressinto o chão se abrir sob meus pés. Pressinto a queda em um buraco... O mesmo buraco onde fiquei enfiado,confinado, forçosamente recluso, desfrutando apenas dos (des)prazeres da solidão.

O aglomerado humano da cidade igualmente me perturba... Atordoa... Ensurdece o corpo, ensurdece a alma, ensurdece a visão... Os carros silvam pelas minhas janelas...

Nessa prisão à qual permaneci por algum tempo, vi a morte de perto... E ela estava viva!!! Realmente VIVA!!! Não foi até mim para me levar. Se realmente é o segredo dessa vida, continuarei sem saber... Brigo contra ela todos os dias... Contra sua fome de carne, entranhas e felicidades, de almas... Diariamente a encontro... Íntimos, quase somos! Não a temo, tampouco a admiro. Sob certo prisma, a desrespeito quase que diariamente, retirando de seu sorrateiro poder os seus alvos...

Cônscio sou que serei cobrado por isso, algum dia de minha vida, em alguma curva dessas, quiçá alguma longa e sonolenta reta...

Hoje fui ao covil dos lobos. Fui mordido. Várias vezes. Talvez por ser íntimo da morte, sobrevivi... Aqui estou... Pronto... Ou quase!!!

colaboradores: morrisson, seixas, cazuza, tiago bnk (imagem) e um pouco de vodka.

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