quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A VIDA NÃO ACABA COM VOCÊ!!!!!!!!!

Como devo expressar o desejo de doar meus órgãos?

É preciso comunicar a sua família esta decisão e deixar claro o seu desejo em ser doador. Isto porque a família é que decide sobre a doação. A palavra final sempre é da família. Os familiares diretos dão a decisão.

Como é a Lei de Transplantes?

A lei determina que a família seja a responsável pela decisão final, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade

• Doador Vivo:

A pessoa maior de idade e capaz juridicamente pode doar órgãos a seus familiares. No caso de doador vivo não aparentado é exigida autorização judicial prévia.

• Sistema Nacional de Transplante:

Criado para dar maior controle e organização às atividades:

O transplante de órgãos/tecidos só pode ser realizado pelos estabelecimentos de saúde previamente autorizados pelo Gestor Nacional do Ministério da Saúde. Não é em qualquer hospital que o processo pode ser realizado. A família tem o direito, a qualquer momento, de solicitar autorização do Ministério da Saúde para a instituição.

• Cadastros Técnicos:

Foi instituída a Lista Única de Receptores, com vários cadastros separados por órgãos, tipos sanguíneos e outras especificações. Essa lista é centralizada. Não há como saber para quem os órgãos retirados serão encaminhados. Também não há como direcionar órgãos para pessoas. Somente através da lista centralizada.

Os cadastros da lista única apresentam uma ordem seguida com total rigor e controlada pela Secretaria de Saúde.

Quais órgãos/tecidos podem ser obtidos de um doador vivo?

Um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.

Quem pode doar em vida?

O médico deverá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos.

Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.

Quais os órgãos/tecidos que podem ser obtidos de um doador não vivo (em morte encefálica)?

Órgãos: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino.

Tecidos: córneas, válvulas cardíacas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias.

Quem recebe os órgãos/tecidos doados?

Após efetivada a doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do seu registro de listas de espera seleciona seus receptores mais compatíveis.

Quem é o potencial doador não vivo?

São pacientes assistidos em UTI com quadro de morte encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, com parada total da circulação de sangue no cérebro. Essa situação é incompatível com a vida, irreversível e definitiva.

Por lei, são necessárias 2 avaliações clínicas realizadas por médicos diferentes, sendo obrigatoriamente um deles neurologista, com intervalo entre elas de 6 horas. Confirmada a falta de atividade cerebral, ainda é necessário um exame com imagem mostrando TOTAL AUSÊNCIA DE ATIVIDADE CEREBRAL. Somente depois desses 3 passos, é que o diagnóstico de morte encefálica (morte cerebral) é realizado. Não há a menor possibilidade de resultados errados, pois além de dois exames clínicos, temos uma imagem da falta total de atividade cerebral para a confirmação do diagnóstico.

Nenhum dos médicos examinadores pode fazer parte da equipe que irá retirar os órgãos, caso seja realizada a doação.

Todos esses passos são obrigatórios, por força de lei, o que torna a legislação brasileira neste assunto uma das mais avançadas e seguras do mundo. Todos esses passos também têm que obrigatoriamente serem registrados em fichas próprias nos documentos hospitalares do paciente.

Após a doação o corpo fica deformado?

Não, de modo algum. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra realizada com todos os cuidados de reconstituição, o que também é obrigatório por lei. Não há deformidade alguma, apenas cicatrizes em locais não visíveis (que ficam cobertos pela roupa) do corpo. São colocadas próteses nos olhos, nos casos de retirada das córneas.

O que é morte encefálica (morte cerebral)?

É a morte (parada de funcionamento total, sem possibilidade de volta) de todo o cérebro, incluindo o tronco cerebral que desempenha funções vitais como controle da respiração. Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável.

Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo.

É importante citar que os reflexos que funcionam na medula ("coluna vertebral") permanecem iguais. Se batermos com o martelo de reflexos no joelho de uma pessoa em morte encefálica, o reflexo estará presente. Esse reflexo NÃO PASSA PELO CÉREBRO, acontece direto na medula (na "coluna"). Não significa que a pessoa esteja viva.

Morte encefálica é o mesmo de coma? E a chamada "vida vegetativa"?

Não, a morte encefálica é diferente do coma. No coma, as células cerebrais continuam vivas, executando suas funções; o que ocorre é uma falha de integração e comunicação entre o indivíduo e tudo que o rodeia. A pessoa não é capaz de responder aos estímulos externos adequadamente. Esse quadro é chamado de "vida vegetativa". NÃO É MORTE ENCEFÁLICA (MORTE CEREBRAL).

Na morte encefálica, as células nervosas estão destruídas, não têm mais capacidade para funcionar. A pessoa não é mais capaz de ter nenhuma sensação (frio/calor, dor, fome, sede, etc). Nosso cérebro não consegue se regenerar como acontece com outros tecidos do corpo (um corte na pele, por exemplo, após algum tempo cicatriza). Como não há regeneração, a morte encefálica (morte cerebral) quando diagnosticada, é uma situação de parada total da atividade cerebral, o que é irreversível e causará uma parada de todos os outros órgãos em pouco tempo.

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