quarta-feira, 27 de abril de 2011

Qual será o futuro do DEM(ônio)?????

Vinte e cinco anos depois de sua criação , o DEM (ex-PFL) dificilmente permanecerá o mesmo depois do resultado das últimas eleições. No declínio do seu antigo poder, ligado em especial a velhas oligarquias estaduais e ao regime militar, o partido apresenta uma divisão interna que pode significar o fim da linha no quadro político. Fora do poder federal desde 2002, enfraquecido pela morte de antigos caciques e pela aposentadoria de outros, a sigla que serviu de sustentação para os governos de José Sarney, de Fernando Collor, de Itamar Franco e de Fernando Henrique Cardoso se equilibra em uma bancada extremamente desidratada, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Da antiga musculatura eleitoral, restou apenas um quadro considerado forte, o prefeito da maior cidade do país, Gilberto Kassab (SP), exatamente o principal arquiteto de uma possível fusão do partido com o PMDB. 
Nos últimos dias, o prefeito de São Paulo colocou sobre a mesa das principais lideranças do DEM dois bilhetes para ingresso no PMDB, principal aliado do futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. O dele, que inclui praticamente todo o diretório paulista do partido, já está marcado. Teria como simpatizantes os diretórios de Santa Catarina e da Bahia, entre outros. O outro é reservado aos atuais aliados, ainda reticentes. Caso relutem em se fundir às duas legendas, Kassab e companhia embarcarão no partido governista no mais tardar em 2013, quando ele deixará de comandar a capital paulista. Caso as lideranças da sigla concordem com o mesmo destino, a mudança ganharia contornos de fusão e aconteceria já no início do ano que vem, o que significaria o fim da legenda. ´Para onde o Kassab for, nós, paulistas, iremos`, resume o deputado federal Guilherme Campos (DEM-SP).
Dissidentes do antigo PDS, herdeiro da Arena, partido que foi o cimento da ditadura militar, o grupo constituído pelo atual DEM chegou a eleger nove governadores. Teve uma bancada superior a 100 deputados e quase 20 senadores. Aindacontava com o virtual sucessor de FHC na Presidência, o então presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA). Mas os mesmos 13 anos que separaram a criação do partido, em 1985, do apogeu, nas eleições de 1998, foram suficientes para levar a legenda para a iminente desintegração.

Fonte: Ivan Iunes / ivaniunes.df.@dabr.com.br  /Edição de segunda-feira Diario de Pernambuco,

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